Olha só, hoje saindo um pouco da linha de pesquisa das meninas decidi fazer uma crítica que me está "intalada" a muito tempo. Todos nós, adolescentes, temos como parte integrante do currículo escolar o estudo de Literatura. Alguns adoram, outros detestam, outros suportam, pois é necessário. Mas nos últimos tempos o setor está movimentado. No fim do ano passado foram lançados dois livros que de um jeito ou de outoro agridem o povo brasileiro diretamente, ou pelo menos ofende a nossa inteligência.

Primeiro, Geisy Arruda- a aluna que foi escurraçada da faculdade por usar um vestido um tanto quanto inapropriado para o local ( a do vestidinho rosa) - lança sua autobiografia. É aí que vem a minha indignação. Quem em sã consciencia gostaria de ler um livro que fala de uma pessoa pobre e simples da Grande São Paulo ( como muitas outras) que aproveitou a repressão dos colegas para se tormar famosa? Não entendo o quê uma pessoa de 20 e poucos anos tem de tão importante assim que possa ajudar seus leitores? Não vejo nada de muito positivo para estes. E no entanto até noite de autógrafos ela deu.

Temos ainda, que citar atriz-escritora brasileira Vera Fischer, que lançou seu livro "Serena" em dezembro e deu a seguinte declaração:"Meus personagens não são nunca pobres, são sempre ricos (...) Porque eu não gosto, eu não sei escrever pra gente pobre. Eu detesto'', e ainda, quando perguntada se os "pobres" que ela citou poderiam comprar seus livros, respondeu ''Podem. Porque eles não custam caro. Eles vão se identificar e adorar. Coisa bonita sempre é melhor'', e aí vem as perguntas que não querem calar: Como assim ela não escreveu o livro para os pobres, mas eles podem comprar? (não entendi essa declaração!!!_ o que importa é o dinheiro no bolso, né?!) e ainda, " Coisa bonita é sempre melhor" ? Como assim história de pobre não pode ser bonita. Difícil de entender!

Não podemos deixar a Literatura de lado e deixar que cada um escreva o que quizer e riam da cara do povo brasieliro que aceita qualquer coisa que escrevem por aí.

Paula Aguiar

Obs: As declarações aqui escritas são de uma entrevista da escritora à Folha de São Paulo em 13/12/2010, e estão espalhadas pela internet.